quinta-feira, 19 de julho de 2007

O piano







Sento-me à sua frente, o olho fixamente e em poucos segundos sinto a sua magia a envolver-me. Sei que ele também está a me olhar, diante dos meus olhos cria vida e para mim o vejo sorrir... Um sorriso largo, doce, mas forte, alvo como a neve, envolvido pela aura da sua essência misteriosa... Prossigo com o ritual, faço o de sempre, sei que ele aguarda por isso. Fecho os meus olhos, o toco suavemente, levemente e ele ainda permanece mudo. Neste momento sinto sua energia percorrer por minhas veias, quente, como uma corrente eléctrica, composta por sons ainda desconhecidos aos meus ouvidos e eu os sinto, um a um. O sinto e sei que agora somos um... Sei que de certa forma ele se submete a mim, ao mesmo tempo em que a certeza do contrário fica bem clara a cada tropeço que dou em suas *teclas (*Nome dado à forma material através de onde se inicia o processo melódico produzindo ondas sonoras), tenho que dominá-las, mas volta e meia elas me dominam, ele me domina... Faz seu jogo, quer que eu o toque com a alma, a luz e a vida... Quando o faço dessa forma sinto como se estivéssemos à flutuar,entre nuvens a voar, tudo o mais deixa de existir. É quando sinto a feroz e indomável força do dom que ao meu espírito foi atado e todos os meus sentidos são voltados para aquela inexplicável e sobrenatural sinfonia, a da vida! Que é misturada ao meu sangue, externado pelos dedos a procurar um novo som... Sangue que é absorvido por ele, o piano, neste ritual composto por notas, acordes, compassos e sonantes que formam uma melodia a partir do que há de mais belo, a alma. Tocando-se com os dedos apenas, o encanto não acontece, a entrega não existe, o ciclo não se completa e ficamos aqui na terra, duas matérias insólitas e sem vida, emitindo sons terrenos... Tocando-se com a alma, posso até sangrar pelos dedos mais deixamos perpetuados nos ares do silêncio a mais sublime e perfeita melodia, nos tornamos seres dependentes um do outro, uma dualidade que só a nós compete à compreensão, ou aos que reconhecem que de alguma forma, nós humanos, podemos voar... E desta forma nós voamos... Eu e o piano... E somos


"UM"
                                                                                 

                                                                      Sunna França

4 comentários:

Thaís disse...

UAAAUUUUUU!!!!QUE Q ESSI NEGOÇO TA FAZENO AQUI SEM COMENTARIUS????ESSE POVIM TA DOIDIU É???
OLHA AÊ GENTE,TEM UM PIANO VOADOR CUM PRINCESA E TUDO AQUIIIII!!!E NEM PRECISÔ DO TAPETE MÁGICO!!!HUAHUAHUAHUA
ACORDA POVÃOOO!!!

Anônimo disse...

Vc ao piano! Angelical! Não me canso de dizer..."na fila da arte e da beleza, vc passou umas 10 vezes e pegou tudo pra vc.."
Egoísta! kkkkkkkk
Sua fã!
C.V.T.A.M.

Luzía(SP) disse...

poetisa,bailarina,artista plástica,pianista,modelo,decoradora...Que mais?Ah!Ia me esquecendo:"Fada das paisagens",cuidadora das matas e jardins!rss

Unknown disse...

Minha amada e inesquecível Sandra...eu estou até agora em lágrimas, por ver, ler, sentir tanta beleza, tanta perfeição, tanto amor, tanto viver...em cada traço, em cada linha, em cada palavra, em cada imagem. Vc é simplismente imortal,e que quando Deus te enviou para a terra, Ele disse: VAI E ARRASA...mesmo que passes por privações e dores, o meu amor por ti é mais forte e te acalmará...mesmo que sintas tristezas e solidão, Eu estou contigo, vc é a minha menina, a menina dos meus olhos...DEUS TE ABENÇOE, MINHA ETERNA AMIGA.
Um grande beijo, com muitas saudades, Silvana Vasconcelos (SIL)

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