Quando eu digo que adoro procurar luz nas trevas, você ainda duvida? Então leia esse relato abaixo, de como encontrei luz e muita cor em uma escuridão terrível que parecia ser só de angustia e dor!
Esses recebidos Lindos chegaram e essa parceria incrível está cada vez mais se consolidando e o que isso tem a ver?
TUDO! 👇🏻
Você deve se lembrar da emergência hospitalar que tive em julho, aquele dia desesperador em que por 24h eu “estive com COVID-19”, em que após passar uma semana com todos os sintomas, piorando dramaticamente da minha questão respiratória, fui parar no hospital sem respiração e com praticamente certeza de que era o maldito vírus que eu não posso pegar nem em meu pior pesadelo. Calma! Para quem não sabe eu testei negativo, mas os meus pulmões estavam “tão bem” quanto qualquer paciente da ala covid onde fui parar. Ou seja, eu simplesmente não respirava e isso já estava descompensando excessivamente a minha parte cardíaca e como se isso tudo não bastasse, tive que ser encaminhada para o hospital cardio pulmonar lotado do vírus, o que gerou toda uma despedida dramática da minha família, que por um instante achou que estava me vendo pela última vez e chegando lá, tive que me despedir tambem do Carlos, pois o hospital o impediu de me acompanhar.
Pela primeira vez na vida eu entrei sozinha em um hospital. A companhia sempre foi pré-requisito as minhas entradas hospitalares e do nada, ou do tudo, não pode mais.
Dali em diante, se eu pensava que o suplício já havia começado, foi ato falho.
Sozinha, adentrei as portas de gelo daquele recinto, onde todos me olhavam com cara de contaminada e sem disfarçar o desejo de me prender em uma jaula. A minha médica não estava atendendo presencial, eu tentava em vão explicar a eles que já era cardíaca e que sempre tive problemas pulmonares, o que justificava os sintomas tipo coronavírus, mas não adiantava. Eu estava fraca, mal conseguia andar, quem dirá respirar, mas a pessoa mais próxima de mim estava a três metros de Distância, apontando para onde eu devia ir com as minhas próprias pernas.
Pareciam todos tão assustados quanto eu.
Naquele momento eu soube que eu tinha que seguir por um corredor, pegar um elevador e depois subir uma escada. Eles só podiam estar todos malucos mesmo, eu praticamente tive que me arrastar com a bengala e sem cadeira de rodas alguma ser ofertada. Foi quando fixei o meu olhar perdido e atônito na luz mais expressivas de todas que eu podia ver ali e percebi que ela estava em toda parte e eu nunca havia notado. Ela era neon, em alguns pontos verde e em outros amarelo neon. A primeira vez que vi foi na porta do elevador, ela fazia parte da sinalização do aviso que dizia:
“elevador para suspeitos de covid”.
Quando eu li aquilo, eu tive certeza que nunca mais iria respirar, sufoquei de vez. As minhas pernas pesavam e tentavam levar o meu corpo para baixo, a minha cabeça parecia um redemoinho de dúvidas e desespero, com uma única certeza, eu não queria entrar ali. Foi quando percebi que eu precisava me apegar a algo maior, trocar pensamento, para conseguir passar por isso viva, sem ter um colapso pela doenças e por choque, mas ao quê? Eu sequer conseguia respirar, quem dirá lembrar de coisas boas.
Olhei fixamente ao letreiro que não me dizia coisa boa e me ative a sua melhor parte, a luz! Me apeguei a aquela cor iluminada, acesa, verde neon. Ela estava nos círculos que eu tinha que pisar, nas portas por onde eu tinha que passar e em uma linha reta que eu tinha que seguir. Tudo ficou tão fácil, tão iluminado dali em diante. A força daquelas cores, a intensidade da sua luz adentrou as portas da minha retina assustada com tamanha impetuosidade, que já nem lembrava mais do vírus, da falta de ar ou das doenças. Elas me fisgavam como um imã a me atrair para um outro mundo, o mundo das artes, das cores, da criação, um universo que sempre fez parte de mim, antes que as doenças me arrancassem tudo e do qual eu jamais deveria ter saído. Tudo o que eu queria saber era qual o tom exato daquilo, como ela podia brilhar tanto no escuro, como acendia sozinha e sem pilha, como ela funciona, quem pintou aquilo, que tinta era aquela, é a mesma que tem no asfalto, será que ela funciona em telas? Ela não apenas era neon, pois essas cores eu já conhecia, ela acendia, feito uma lâmpada, enchendo a minha mente de ideias loucas e lindas e eu as queria, naquele momento, como a própria vida colorida e iluminada que elas me apresentavam, irisando nos espaços em minha volta.
- Eu voltaria a pintar hoje mesmo, com dor e tudo, só pelo prazer de tocar e manipular essa luz! Pensei, após 7 anos sem pintar pelas doenças.
Nos dias que seguiram...
Continua na próxima postagem com um pequeno vídeo das tintas que ganhei e parte explicativa do projeto na sequência.
Sunna França
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