Nós não temos que ser perfeitos !
Durante um bom tempo fui considerada a garota prodígio, que desenhava, pintava, tocava, dançava, era modelo e escrevia, além de bordar e dominar bem a alquimia de qualquer assunto que me atrevesse a estudar. Aquela multi cursos e graduações, bem no estilo “deixa eu ir aqui fazer mais uma faculdade ou aprender mais uma ciência”!
Nessa época, os sintomas das doenças me deixavam mal e confusa, pois não os entendia completamente, porém, não o bastante para que eu não colocasse em prática as aptidões e paixões das quais a minha alma veio apinhada.
Até chegar a maior idade e tudo começar a desmoronar, lembro de ter lutado ferozmente em meio a apresentações e aulas, contra dores e desmaios que não compreendia as razões e que nem de longe imaginava o quanto iriam piorar, até piorar de fato e muito.
A piora das doenças me fez passar por um processo que chamo de “desaprendimento” de tudo, pois sem conseguir executar as artes todas com a perfeição de antes, não mais me sentia apta a praticar nenhuma e parei tudo. Além de ter que conviver com dores horríveis ao fim de cada execução que o movimento das mãos e corpo traziam, tinha que aceitar a minha condição de “imperfeita” em tudo aquilo que fazia.
Foi uma época dura, doía o corpo e a alma, nem sei qual doía mais, ao mesmo tempo que eu piorava das doenças.
Tive que buscar no fundo do poço de uma vida que eu amava viver, mas que insistia em se esvair arrastada pelas doenças, motivos para reaprender e recomeçar tudo de novo, dessa vez de forma mais lenta, gradual, terapêutica, como se a antiga eu houvesse morrido e nascido de novo.
De certa forma foi o que aconteceu, afinal, não foram poucas as vezes que parti e revivi, tendo que também aprender a ressurgir!
A música, a poesia e as artes foram as ferramentas.
E as armas?
Aceitação, amor a tudo e todos e uma sede de viver que nutriria desertos inteiros ao se saciar.
Portanto, no quarto dia de postagens positivas, a dica dessa velha pianista rabugenta que deixou o palco dos clássicos para atuar na própria alma com o que há de mais sutil e essencial nessa arte, é a musicoterapia, sons que salvam e o poder de analgesia e alívio que ela nos trás e para tanto, basta ouvir, apenas ouvir, que do resto o tempo se encarrega, ou, fica aqui, como parte de uma memória rica e encantada que me faz bem lembrar, afinal, não temos que ser perfeitos e sim, ricos em motivos para sempre melhorar e prosseguir vivos e esses eu tenho de sobra!
Abraços de luz a todos
Sunna França
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