sexta-feira, 13 de agosto de 2021

As três mulheres do milagre que sonhei





 Era 13 de outubro, eu mantinha o pedido específico ao ‘geralzão’ costumeiro como boa politeísta que sou: “me ajudem, mais uma vez, Deusas e Deuses, enviem alguém para me ajudar, por favor!”
Tampouco houve promessa alguma, era mais uma noite insone de verão, eu queria continuar viva e estava atordoada, com dores lacerantes, sem ar, os batimentos cardíacos pareciam se arrastar, o corpo lutava entre o desfalecer e o permanecer, estive na emergência mais uma vez e o coração havia piorado, desta vez era a aorta, que em meu caso pode ser fatal:

- mais uma noite, mais uma noite… 
eu desejava forte, repetindo como a um mantra, no afã de sobreviver e poder recomeçar a luta por essa preciosidade tão escorregadia e apaixonante a mim, a vida. 

Um dado momento sufoquei severamente, naquela noite o calor era intenso, o termômetro permeava 39°… era para ser só mais uma noite quente, insone e asfixiante, como todas as outras desde que nasci… como assim, estava pior? 

Apaguei ou morri, nem sei!

Ela surgiu quieta, com seu hábito azul e branco, havia um ar flutuando sobre e em volta dela, que lhe dotava de aspecto de divindade, porém, ela era humilde demais para que o fato fosse esse. Eu estava sentada sobre o meu corpo, pode parecer estranho, mas era macio, tinha pele translúcida e mole, gelada. O ambiente todo estava quente e sufocante, menos aquele ar ao seu redor, que era frio, parecia cerração, trazendo equilíbrio ao clima do espaço, nem mais e nem menos frio ou calor, o necessário para ser leve e fluido o exalar e tanto faz se eu estiva sonhando ou vivenciando os primeiros instantes de um pós morte, não pude deixar de pensar em o quanto tudo em volta dela se parecia com um grande inalador e como ela era… respirável, como um super pulmão hiper saudável a promover respiração!

Ela parou ao meu lado, o tempo para mim até ali poderia ter sido cruel, mas ela lhe doava nuances de pura leveza. Ao seu lado haviam seres que pareciam anjos, 3 de cada lado, porém, eu os via como se brincassem de se esconder por detrás dela, então quase não via seus corpos, fazendo com que a maior parte do tempo ela parecesse ter 3 pares de asas, em outros momentos 6, que ao bater, espalhavam aquela ‘cerração’ mitigante em minha direção e assim era também com as auréolas que irradiavam uma luz dourada intensa.
No manto azul e branco, havia céu no azul e arco-íris no branco, estrelas nos dois e provável o lugar que habitávamos naquele momento era sol, pela intensidade do brilho, mas absolutamente respirável e fresco! 
Era inverno no sol ou era um santa na minha distanásia particular?

Era uma linda Santa na minha partida e o nome dela era Dulce, o que tornava tudo chegada!

Ela trazia palavras simples e ao mesmo tempo especiais, livre expressões do amor que falavam de um novo horizonte, caminho de luz infinito, sobrevivência prolongada, porém, eu entendia como eternidade. Embora ela só quisesse me dizer que eu não ia morrer naquela hora… nem tão cedo! 
A minha compreensão só voltou para a realidade da vida na terra (lógico que eu estava confusa pensando que falávamos sobre o céu), quando ela citou duas mulheres que eu iria conhecer e que iriam me ajudar a sobreviver, uma na Bahia e a outra no Rio Grande do Sul, ambas na política, permitindo me tranferir de um Estado para o outro. 
Nessa hora eu era só ouvidos, então ela disse: - respire! E eu acordei.

Antes disso, ela falou sobre o quanto as duas mulheres eram generosas e o que eu e elas tínhamos em comum com ela mesma, a Santa. 
- com você? Perguntei, confusa quanto ao que eu podia ter em comum com uma freira.
- sim, comigo… desejo de ajudar a pessoas doentes e pobres e capacidade de conversar com quem tiver que conversar! Já você e eu, como a gente respira mal, somos fumacinha… 
E apontava para o que eu chamei de ‘cerração’ em seu entorno, parecia a nebulização natural que me favorece na Serra Gaúcha. Rimos juntas! 
Sobre a fumacinha/cerração, continuou:
- Você precisa dela para viver e continuar o “a fazer”, que você sabe fazer bem, de tanto que sofre com doenças desde que nasceu. Você não quer morrer, a única coisa que você pede nessa vida, é vida!
e não vai precisar colocar nenhum santo na gaveta! Disse com um sorriso fofo, quase humano e quase divino… 
eu não entendi, nem me atrevi a entender, apenas foquei no sorriso entre uma piadinha santa e outra, e sorri! 

Vejam só, Santa Dulce é visivelmente bem humorada, embora em alguns momentos sumisse de tanta luz dourada! 

Ela ainda soltou mais apelidos, dessa vez a partes do meu corpo que não funcionam bem:
- vamos cuidar da Mariazinha e da Chiquinha, apontando para as minhas pernas que falham e do Joãozinho e Zezinho, apontando para a altura dos meus pulmões. Já do seu Waldemar… só palmada para fazer ele bater direito, mas que ele é grande, isso é! E sorria baixinho, apontando para o coração. 

- procure as duas, vai melhorar! Disse ela tranquila e serena.  Já eu, tremi inteira, mesmo lá no além!

Uma santa me apelidou e falou que vai me ajudar? 
Agora eu acordei mesmo! 

Claro que ela deixou mensagens para ambas, quando as encontrasse. Basicamente a mesma coisa, como se fosse para uma só pessoa, deixo os detalhes para cada uma em particular, embora possa adiantar um resumo na frase da irmã Dulce que ecoa até hoje nas lembranças daquela noite:

- a humildade é PELO fazer e não NO fazer, ou senão, não se faz!

Eu levei muito tempo ruminando esse sonho e essa frase e sem os nomes das duas moças, eu tentava lembrar toda e qualquer dica que ela houvesse me dado. Ele parecia tão real quanto a certeza que tive dali em diante de que tudo daria certo. 

A época da política havia acabado de começar, eu tinha isso como pista e mais alguns outros sonhos que tive com as tais mocinhas, acho que de tanto pensar, o resto da busca era pura intuição.

Hoje é 13 de agosto, dia Estadual da irmã Dulce dos pobres, que me instruiu em sonho a procurar duas moças que me ajudariam na transferência do @carloscfranca e justamente nesse mês, 11 dias atrás, tudo se cumpriu e confesso que os caminhos que trilhei para e até encontrá-las dariam uma semana de postagens, detalhe que vou evitar, pois importa que as encontrei e me resta agradecer a essas duas mulheres incríveis que, indicadas por uma outra mulher extraordinária, que é um imenso exemplo de vida de um povo, de uma nação e do mundo, sendo exemplo até no pós partida, provaram que mesmo em meio a tantas dificuldades, obstáculos e improbabilidades, quando queremos é possível sim, fazer o bem e sermos imensos no bem que fizermos, agindo com o que pode haver de mais sublime em nós em prol do próximo, a nossa humanidade, como tão bem nos provou a irmã Dulce dos doentes e dos pobres. 

Eu me encaixo no primeiro grupo, dos doentes e lido constantemente com ele, e afirmo, não é fácil estar na posição de pedinte, quando tudo o que você ama, quer e sempre tentou fazer, é servir ao próximo… mais difícil ainda é falar sobre ao que foi convocada essa parte da minh’alma que se fez capaz de ter permissões deste nível, ao encontrar com tamanha graça e luz, com tão genuína e preciosa força motriz do bem no planeta e em meu Estado natal, a nossa Querida irmã Dulce, ainda que através de sonho. Sonho esse que não ousei duvidar, embora admita que nessas horas me toma a humildade, esta, sobre a qual vim explicitar a gratidão que me rege enquanto aos prantos revivo cada detalhe do sonho e da noite que hoje chamo de alvorecer da vida, aurora do renascimento.

Meu primeiro nascimento foi em 13 de fevereiro, mas em 13 de outubro eu comecei a nascer de novo, na véspera de duas mulheres incríveis tornarem-se, uma, a vice prefeita de Salvador-Bahia, Ana Paula Matos (@anapaulamatos.ba) e a outra, secretária de assistência social da cidade de Gramado, Vera Simão (@vera_simao_ ), sobre as quais não temo minimamente fazer a comparação, em se tratando de humanidade, generosidade, empatia e solidariedade, com essa mulher incrível, irmã Dulce, que veio a se tornar Santa do Brasil, que para conseguir ajudar aos doentes, sentou com os mais variados políticos. Ajudar a todos que precisassem de ajuda era o seu lema, abrir portas era o seu sobrenome, não rotular a ninguém que precisasse, era uma decisão. Por, em e com tudo isso, ela ultrapassava as barreiras da política e da religião e desmistificava os limiares da fé genuína aos rasos e meramente religiosos, além de formatar as noções do que realmente significa fazer o bem, sem olhar a quem, contanto que seja aos necessitados de algo, de fato, como a mim, carente de mais tempo de vida e de permissões para habitar o lugar capaz de promover isso. Ajudar aos pobres do que quer que fosse, necessitados do que quer que seja, era a sua missão, que não suportava ver a crueldade das desigualdade e necessidades, seja de classe social, cultural, ou do capacitismo provocado por doenças físicas degradantes, incuráveis e incapacitantes, como as que ela tinha, as que eu tenho. 
Não importava ao governo que apelava, para ela, os fins justificam os meios, quando a política é a do amor e o partido político é a pobreza, seja do que quer que seja. Insistente, jamais desistia, seu projeto era permear o impossível, ir lá e fazer! Humildade no falar, já no agir, o que fosse preciso, o que preciso for, se ser humilde e gentil for o caso, que seja, já se for o contrário, que seja também, o importante é sempre o certo a ser feito e para ela, o importante é CONSEGUIR ajudar, para além de tentar e querer. 

Fico imaginando como seria o perfil dela nas redes sociais… hoje, olho o perfil de ambas e me lembro disto, regozijando de felicidade e rica em contentamento por tê-las conhecido. 
De um lado, postagens e stories de um vai e vem que realiza tanto e tão acertivamente em prol do bem quanto ela. Do outro, o sorriso de contentamento da Santa que, provando a abrangência nacional do seu mais novo cargo, anjo do Brasil, em sonho me deu a honra de conhecer, em Estados diferentes, unidas por um mesmo ideal, mais dois dos seus objetivos em forma de pessoas de bem e mais ainda, me permitiu ter o orgulho de ser a mensageira dessas humildes palavras e de as encaminhar as detentoras deste dom da realização genuína em prol do próximo.  

Que aqui se cumpra informar que ela tem o propósito de ver da melhor forma a sua missão de ajudar ao próximo a prosseguir através de vocês também e isso aqui vai além de falar com figuras política e sim, tocar almas que ela reconhece detentoras do mesmo lema e as quais ela pode confiar o seu derradeiro dizer: há muito ainda a ser feito, façamos mais isto também. 
Os bons se encontram em figura de mulheres, ainda que em sonho, ainda que há distância e o milagre do amor em prol de um bem maior se cumpre!

Com humildade e gratidão infinitas, aliadas ao senso de “eu não poderia deixar de fazer”, declaro a minha total lealdade a essas mulheres indicadas da irmã Dulce em meu sonho, bem como a ela mesma. Vocês foram instrumentos e promoveram o milagre da permanência da vida para mim, farei o possível para retribuir e agradecer, começando com continuar a jamais julgar o ajudar como impossível, ao contrário, ir lá e fazer, como fez irmã Dulce! 

Sunna França, a disposição! 

Nenhum comentário:

Related Posts with Thumbnails