segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

O meu vazio


Estou vazia...
O nada me tomou por completo;
Estou vazia...
Desprovida de luz, sons e afetos;
Estou inconcebívelmente vazia...
Desistindo da luta, entregando-me aos restos;
Esvaziei-me...
Encontro-me só, perdida e despida num imenso deserto;
O Vazio instalou-se em mim...
Não quero vozes, nem sorrisos, meus ouvidos não estão abertos;
Estou vazia...
Sozinha nesta noite fria, não há quem se preocupe com esse caminho incerto;
Estou vazia...
E assim quero por enquanto continuar, fria, distante, inerte por certo;
Que esse vazio me abstraia que me encha de sua falha, que me deixe como quero... Sem sentidos, sem gemidos, sem estalidos... Sem sons, sem dons, sem tom... Que não me abrace e não me acalme a alma, que me deixe deslocada neste mundo que não é meu... Que me adormeça pra que eu não me entristeça, que me desapareça...
Quero este vazio, silencioso e mudo, como um grito surdo, desprovido de sentimentos, leve, que não me rasgue por dentro, que me deixe dormir, que me faça partir, que me tire daqui.... E me leve com ele para a sua eternidade, tornando-me fria... Sem de nada ter vontade...
Esvaziei-me... Ufa!!!

Sunna França

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